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Mostrando postagens de janeiro, 2021

… uma casa desarrumada é mais do que isso

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  Tenho falado da arrumação da minha casa como resultado do que chamei "operação Páscoa": rever uma aparente "desarrumação" existencial. Minha casa está triste... Está precisando de cores novas, de plantas, de beleza, enfim. Uma nova decoração. ........... Dois anos depois... Minha casa está horrível, em obras, tudo revirado, não encontro nada, tudo fora do lugar. ............... Três anos depois... Como a minha casa está acolhedora! Bonita, mesmo. Toda colorida, com plantas, esse forro novo dos estofados deu uma vida, uma nova cortina... Quadros que me transmitiam alegria, encantamento e beleza. Comecei a achar a casa feia depois que meus filhos foram cuidar da vida. Foi quando, na solidão,  reparei nos quartos vazios, no encardido das paredes, no estofado descorado dos sofás da sala. Minha casa estava sem jeito, não me reconhecia mais nela. Aliás, não me reconhecia em mais nada. No corpo. Nos amigos. No trabalho.  A vida transcorreu sem graça, sem personalidade e

…velha? não, sou um Clássico

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Velha é um substantivo / adjetivo que deixou de ser usado no século passado. Certa vez,  perguntaram à grande Mademoiselle Chanel: "Quando é que a senhora começou a se sentir velha? Minha filha, nunca. Sou um clássico; clássicos não envelhecem." Só coisas envelhecem. Uma roupa (menos um tailleur Chanel). Um sapato.Um móvel. Coisas. Noutro  dia, um rapaz quis ser gentil comigo e tomar o meu lugar na fila do  supermercado. "A senhora não prefere ir para a caixa das prioridades? Respondi: "não, jovem, nós, idosos, demoramos muito para os devidos procedimentos no caixa do supermercado. Aqui a fila é de todos e há cinco caixas, onde tudo é mais rápido." Ele continuou atrás de mim.   Desce o pano. Não me incomodo de receber o protocolo que a sociedade definiu para idosos e idosas mas não gosto da ponta de ironia que vem no pacote "para os mais velhos". Como acho muito feio usar o envelhecimento como vantagem e arrogância.  Idosos impacientes, grosseiros e a

... dos pequenos começos nascem novidades

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  Onze meses de quarentena no meu ap, no ap do meu filho, em SP, e em Itaipava, com minha filha, meu genro e minha netinha em gestação. Onze meses porque em Copa, fevereiro é dos blocos e do Carnaval. Comecei o retiro  em fevereiro mas nem de longe imaginei que essa reclusão voluntária seria prolongada obrigatoriamente. Nos primeiros meses, resisti bem. Fui à praia de janela (como a amiga Zélia Prado chama o banho de sol na janela.) Fiz listas de tudo. O que ver. O quê estudar e o quê  comer. Aqui o trem começou a sair do trilho.  Contei com a ajuda da akelá  que fui (chefe de lobinhos) que me iniciaram nos acantonamentos. Ou acampamentos indoor. Fiz vários. Na sala, em dois cenários, no quarto em três cenários, no banheiro e na cozinha. Conheci todos os restaurantes (com avaliação 4,6 em diante) do IFood. Engordei 6 ou 7 quilos.Talvez mais. Escondi  a balança. A descoberta interessante foi descobrir os pequenos começos das coisas e acreditar que valem um esforço. Ouvi-los às vezes por

… com a roupa certa, na hora certa e no lugar certo

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  Hoje amanheci me sentindo completamente adequada. Em paz. E mais; me senti viva e parte da Vida. Amor novo? Não. Aquisição de algo que desejava muito? Também não. Um novo amigo? No. Uma produção (de moda) que não havia conseguido, finalmente chegou. Não. A felicidade é tão simples. A gente complica e vai pela vida fora complicando cada vez mais. Acho que envelhecer deve trazer desprendimento; simplificação no viver. É olhar o passado como aquelas roupinhas de bebê que a gente lava, passa, coloca um sachê de alfazema e guarda como lembrança. Furou o programa com um amigo querido? Furou, sim. Me observei e pensei se queria ir ao tal programa porque encontraria conhecidos que estimo muito. Não. É tempo de quietude e descanso. Comida e sono. Pouca comida e muito sono. Felicidades ao alcance de todos. Se acontecer um amor outonal, melhor ainda. E exercícios suaves mas 3 vezes por semana, com “força e fé.” Penso que o meu “treinamento” de lidar com a solidão durante um período longo e numa