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Mostrando postagens de setembro, 2020

Agora tenho uma Hóspede

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 Ninguém sabe quando começa a envelhecer... ... avisaram que receberia uma hóspede irrecusável. Uma pessoa muito próxima com temperamento um tanto difícil. Tão logo chegou, começou a fazer uma espécie de inspeção em mim e na casa. Exigente. Achei muito desconfortável a visita. Não aceitava meu cardápio. cheia de vontades. Parecia uma princesa mimada que empobrecera. “Cuidado com a minha cabeça na hora de lavar meu cabelo; não deixe condicionador no meu cabelo; lave bem meus pés.” Como era da família não pude perguntar quando partiria. Tomou a suíte, e ficava horas por lá, sem querer muita conversa, a não ser sobre o café da manhã, almoço, jantar e as minhas compras. Ai! Perguntei a mim mesma: “por que justo eu para recebê-la?” Descobri o mistério: o meu envelhecimento estava se instalando como uma experiência desconhecida, diferente de tudo o que já havia conhecido de mim mesma. Minha adolescência, a primeira menstruação, descobertas sexuais, a “revolução” da universidade, meu casament

Tomei o remédio…; não tomei?

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  Não sei bem a razão mas um sintoma de que estamos envelhecendo é o esquecimento e a dúvida que esse lapso pode causar. Isso sem falar no constrangimento que paira quando estou animada contando algo inteligente para alguém que quero impressionar e na hora de citar o que seria o coroamento de um discurso pró-sedutor, dá o “branco OMO total”. E a expressão do interlocutor é de ansiosa espera pela brilhante conclusão que acabo não fazendo...   Sempre tive boa memória. Quando dá o “branco” fico logo mal-humorada e me achando a um pé da demência senil.  Dias desses em que o temor da velhice se torna quase uma obsessão (felizmente são poucos), fiquei experimentado métodos de associação para não dar um segundo vexame. Vocês vão até rir e podem registrar o método como algo lúdico e nada científico. Fiquei me apresentando alguns desafios. Quem é o diretor do filme tal; quem escreveu tal livro; como é a letra daquela música do Sinatra que eu gosto do filme “Meus Dois Carinhos”.   (The Lady i

Quando “Tico e Teco” se desencontram

  Fui ao posto dos Correios postar uns documentos por Sedex. Pedi oenvelope para endereçar, o moço _ o mais gentil de Copa _ me entregou o envelope e disse: quando a senhora terminar não precisa entrar na fila novamente. Pode me entregar direto. Sentei no canto para idosos e completei o envelope. Não sei onde estava com a cabeça (Tico e Teco descoordenados são mais requentes hoje do que foram) que fechei aquele caro envelope amarelo sem os documentos. Tentei descolar para aproveitá-lo. O resultado ficou péssimo. E  …   apareceu a mensagem: "envelope violado ” .  Fiz tudo novamente e ri da minha desatenção. Achei que aquele momento (que se tornaria cada vez mais frequente) merecia um belo capuccino. 

De lagarta à borboleta

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Envelhecimento Ativo é ter novas experiências. E observá-las. Imagino que inicialmente, o fato de envelhecer é ainda a fase Casulo da borboleta. indefinido e feio. O momento Borboleta do envelhecer é algo constatável. A alma encontrou uma outra morada que não é mais lugar intermediário, entre a juventude e a maturidade. Algo foi absolutamente definido como diferenciado. A alma encontrou a morada Envelhecer. Nesse momento, a posso me sentir traída Fui despachada, sem consulta, para um país desconhecido, de cultura esquisita, de língua estrangeira. E sentir solidão. O ser humano nasce adaptável, do contrário a própria gravidez seria só um fardo. E não é. Quando o bebê deixa o corpo da mãe para a existência individual e independente, todos sofrem durante esta mudança. A mãe sente o vazio, o pai, como um estrangeiro, e o bebê o desconforto do novo ambiente. Felizmente, os meses seguintes inauguram um novo ciclo com novas descobertas, sustos, e uma colheita que deixa todos mais ricos. Diant